Valter Jorge Schaffel

O Poeta da Saudade

Textos

BOMBINHAS NAS FECHADURAS

     Quando fazíamos estágio em Tubarão – SC, a Eletrosul nos hospedou no Hotel Vitória. Este hotel hoje já não mais existe. Éramos vinte e sete gaúchos. A média de idade era de vinte anos e embora o curso nos exigisse estudar e manter um bom nível de aproveitamento, nós tínhamos ainda um astral para brincadeiras entre os colegas. Eram brincadeiras sadias e às vezes até ingênuas. Certo dia ouvi alguns ruídos de portas que se fechavam e abriam fora do normal. Pois ali estava se desenvolvendo mais uma brincadeira. Como havia acordado com aquele barulho anterior fiquei atento que algo poderia sobrar para mim, fiquei deitado e não deu outra: colocaram uma bombinha na fechadura da porta do meu quarto. Quando esta estourou corri, abri a porta e fui conferir quem havia colocado a bomba. Comecei a olhar pela fechadura dos outros quartos, olhei dois ou três e consegui encontrar o feitor da brincadeira, pois ao olhar para dentro do seu quarto, a fechadura tinha a direção da cama e do travesseiro o que me facilitou a busca, pois o meliante estava com os olhos arregalados para sua fechadura o que lhe denunciou. Se não fosse ele porque estaria olhando sua própria fechadura? Passados trinta e cinco anos, disse-lhe em nosso encontro que eu o descobri. É claro que não poderia deixar passar fato “tão importante”. Fiz queixa para o coordenador do curso, que também esteve presente e hoje está com 71 anos de idade. Agora a todos os curiosos para saber, digo quem foi o protagonista, é ele, Artêmio Belotto.

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Valter Jorge Schaffel
Enviado por Valter Jorge Schaffel em 17/11/2006
Alterado em 08/01/2007


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